Em celebração ao natalício de Augusta La Torre, a camarada Norah, compartilhamos o cartaz comemorativo e republicamos detalhada biografia da grande revolucionária peruana.
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Flamejante Bandeira Vermelha para a Revolução Proletária Mundial e maior heroína do Partido Comunista do Peru
“Honra
e Glória a camarada Norah!
O primeiro Congresso rende profunda e solene homenagem a camarada
Norah, membro da Fração Vermelha e provada comunista, grande
dirigente e exemplo imperecível de dar a vida pelo Partido e a Revolução, combatente, do mais alto valor marxista-leninista-maoista, pensamento Gonzalo, firme e sempre consequente antirrevisionista. A maior heroína do Partido.
O Congresso a condecora com a ordem da foice e o martelo, a mais alta distinção partidária; decide: em um futuro monumento dos heróis
do povo a situe em um lugar especial e da maior preferência.”
Resolução Especial do I Congresso do PCP – Partido Comunista do Peru, 29 de junho de 1989.
A Revolução Peruana, dirigida pelo Partido Comunista do Peru – PCP, com o início da Guerra Popular no ano de 1980, estremeceu o mundo e expressa a mais alta experiência revolucionária na América Latina até os dias atuais. A liderança máxima desse grandioso processo, Abimael Guzmán Reinoso, o Presidente Gonzalo, reconhecido como chefatura do PCP e da revolução peruana, aplicando o marxismo-leninismo-maoismo, elevou e definiu o maoismo como a terceira, nova e superior etapa de desenvolvimento da teoria e prática da ciência e ideologia do proletariado internacional, o marxismo, hoje marxismo-leninismo-maoismo, principalmente maoismo, aportes de validez universal do Presidente Gonzalo. Essa experiência ímpar da aplicação criadora do maoismo à realidade peruana, forjou um pensamento-guia da Revolução Peruana, o pensamento Gonzalo. O PCP e o pensamento Gonzalo constituíram-se esquerda do MCI–Movimento Comunista Internacional, e a aplicação de suas contribuições a outros países elevou-os a aportes de validez universal. São, na atualidade, a maior e mais poderosa arma para a Revolução Proletária Mundial, reconhecidos por dezenas de partidos e organizações comunistas marxista-leninista-maoista como a espada mais afiada para combater e derrotar o imperialismo e toda a reação, para desmascarar e varrer o revisionismo e todo oportunismo. A compreensão e definição do maoismo pelo Presidente Gonzalo é seu principal aporte de validez universal, ainda que o reconhecimento cabal do maoismo por todo MCI é luta de longo prazo, como afirmou o próprio Presidente Gonzalo: “La lucha por el maoismo va a ser larga y dura” é crescente adesão a ele e a importância da campanha lançada por ele, em 1983, ainda em curso pelo mundo sob o lema de “Unir-se sob o maoismo”, hoje vanguardeada pela Liga Comunista Internacional–LCI, fundada na Conferência
Internacional Maoista Unifica, em fins de 2022. Consigna levantada em várias partes do mundo por partidos e organizações comunistas marxistas-leninistas-maoistas que dirigem Guerra Popular ou que se preparam para iniciá-la.
Em setembro de 1992, o Presidente Gonzalo foi preso, junto com a maior parte da direção do PCP e posto incomunicável, numa cela solitária de concreto subterrânea, na Base Naval de Callao, região metropolitana de Lima, capital do Peru, por 29 anos, sem direito sequer a visitas e leituras, e sem assistência médica, até seu covarde assassinato, em 11 setembro de 2021.
Após as prisões, em 9 de setembro de 1992, o fascista Alberto Fujimori, presidente à época, ordenou o assassinato do Presidente Gonzalo, no entanto, sob o comando da CIA norte-americana, os militares tomaram outra decisão, a de tentar “jogar Gonzalo contra Gonzalo”, criando a patranha dos chamados “vladivídeos” e as “Cartas de Paz”, para passar a versão de um Presidente Gonzalo capitulador, autor de um suposto acordo de paz, com a justificativa de “solução política para os problemas derivados da guerra”. Essa farsa, desmascarada e aplastada pela continuidade da Guerra Popular, foi montada graças aos traidores revisionistas que estruturaram nas prisões a Linha Oportunista de Direita–LOD revisionista e capitulacionista, composta por dirigentes, então membros do Comitê Central do partido, que capitularam, se prestando a colaborar com o pretensioso plano dos inimigos da revolução de pôr fim à guerra popular. No entanto, o PCP, mesmo diante do golpe sofrido, que lhe impôs uma nova e complexa situação prosseguiu a Guerra Popular, com um crescente de ações e em defesa da vida do Presidente Gonzalo e do Pensamento Gonzalo. Essa luta colocou para todo o MCI o valor, significado e necessidade da forja comunista da chefatura para o partido e a revolução. A conduta indobrável, firmeza ideológica e convicção comunista do Presidente Gonzalo durante os 29 anos, soterrado na masmorra da reação, sua tortura e, por fim, seu assassinato, são provas incontestes do seu abnegado exemplo de dar a vida ao Partido e a revolução.
Sua obra, contribuições e legado ficaram registradas em entrevista e documentos que correram o mundo. O Primeiro e histórico Congresso do PCP, realizado em 3 sessões nos anos de 1988 e 1989, sintetizou e remarcou magistralmente a riqueza e profundidade desse processo, e os acontecimentos hoje, no Peru e no mundo, comprovam a vigência de suas análises e lineamentos. A crise de decomposição de um capitalismo burocrático solapado pela guerra popular, se torna cada dia mais incontornável, impossibilitando a concretização dos planos de desenvolvimento e estabilidade, cacarejados pelos sucessivos governos de plantão fascistas e vende pátria, cada um mais afundado na corrupção que seu anterior, revelando e comprovando todas as mazelas da sociedade peruana apontadas pelo Presidente Gonzalo em seu magistral discurso da jaula (ele foi colocado numa jaula e de uniforme de listras, na tentativa vã da reação em humilhá-lo e ridicularizá-lo perante a imprensa local e internacional. Nestas circunstâncias, sendo insultado perante as câmeras, proferiu discurso histórico, celebrado todos os anos no Peru e no mundo pelos comunistas e revolucionários). O refluxo e percalço representado pelas prisões, assassinatos e patranhas cometidos pelo velho Estado peruano, dirigidos pela CIA e imperialismo ianque em conluio com os desertores e traidores da LOD r e c (Linha Oportunista de Direita revisionista e capitulacionista) não puderam destruir o Partido, nem a Guerra Popular, e o prestígio do Presidente Gonzalo e de seus aportes de valor universal cresceram enormemente e seguem sendo estudados, compreendidos e assumidos por mais revolucionários no mundo, principalmente pelas jovens gerações.
E foi o 1° e histórico Congresso do Partido Comunista do Peru–PCP onde, em sessão solene, se reconheceu a, então já falecida, camarada Norah, como membro histórico do Comitê Central (órgão máximo de direção central do PCP), em primeiro plano, e que se tomou como resolução especial, a sua condecoração com a mais alta distinção partidária, a ordem da foice e do martelo, reconhecendo-a como a maior heroína do Partido.
Uma vida consagrada ao Partido, à Revolução e à Causa do Comunismo
A grande dirigente comunista, internacionalista, a Camarada Norah, como ficou conhecida Augusta Deyanira La Torre Carrasco, nasceu em 29 de agosto de 1946, na cidade de Huanta, em Ayacucho, Peru. Augusta La Torre era a terceira de quatro irmãos: Carlos, Boris e Gisela. Seus amigos a chamavam de “Augustita” ou no português, “Augustinha”.
Augusta de La Torre nasceu em uma família de democratas revolucionários. Era filha de Carlos Rolando La Torre Córdova, membro do Partido Comunista e Delia Carrasco Galdós, uma professora de educação primária. Viviam em um sítio chamado “Iribamba”, próximo do Rio Cachi, em um ambiente onde a cultura revolucionária, a atividade política e o protesto contra o velho Estado peruano eram-lhes comuns.
Foi na casa dos pais que conheceu o Dr. Abimael Guzmán, na época, professor de filosofia na Universidade de São Cristovão de Huamanga. Guzmán era um convidado regular a sua casa em Ayacucho, reunindo-se com seu pai para tratar de política.
Em 1962, Augusta La Torre mudou-se com seus pais para Huamanga para estudar na Escola Normal de Mulheres de Ayacucho, um centro de ensino sob normas rígidas de internato. Ingressou neste centro graças ao excelente nível de aprendizado escolar que obteve, alcançando a 4 ª posição no exame de seleção, do contrário jamais poderia estudar ali, pois, somente jovens oriundas de famílias endinheiradas tinham acesso e seus pais não lhe poderiam pagar pelos estudos. Ao final de um ano na exigente Escola Normal, Augusta La Torre obteve média bastante alta.
Suas amigas que compartilharam com ela o dormitório na Escola Normal, passado décadas, recordaram sobre seu caráter, solidário, sensível ao sofrimento do povo e inteligente, ademais de sua característica introvertida e reservada. As jovens se preocupavam por ver-se bonitas e na moda, mas para Augusta La Torre, pelo contrário, não lhe importava ressaltar sua beleza.
Em 1963 transferiu-se da Escola Normal para o departamento de Educação da Universidade São Cristóvão de Huamanga. Desde antes, havia frequentado o Centro de Estudos para assistir palestras acadêmicas e culturais. Para este centro haviam sido atraído os mais destacados docentes universitários do país.
Augusta de La Torre, em 1963, aos 17 anos, se integrou ao Partido Comunista do Peru, à sua fração vermelha liderada pelo Dr Abimael Guzmán, o PCP– Bandeira Vermelha que cindira com os revisionistas kruschovistas de Del Prado, após contundentes lutas em defesa do marxismo-leninismo, pensamento Mao Tsetung. Desde antes já participava das discussões entre o pai e o Dr. Abimael Guzmán, onde por vários finais de semana se encontravam em acalorados debates, nos quais Augusta demonstrava ser impetuosa oponente política.
Nesta época deixou seus compromissos universitários e passou a dedicar-se integralmente à militância política. Impulsionou o trabalho em meio ao campesinato e deslocou-se para diversas regiões de campo, dominava o quéchua, língua indígena falada pelos camponeses, o que favoreceu seu contato direto e confiança com os mesmos. Dirigiu o estudo e a investigação sobre a situação no campo, logrando indiscutível respeito e autoridade política entre outros camaradas (membros do Partido Comunista). Além disso, defendeu e apoiou a reorganização da Frente Estudantil Revolucionária (FER) e impulsionou o trabalho feminino entre as mulheres no campo, nas minas, no mercado, entre as professoras e demais trabalhadoras. Em 1965, fundou o Movimento Feminino Popular em Ayacucho, cumprindo tarefa de formuladora e dirigente.
Em 3 fevereiro de 1964, Augusta La Torre e Abimael Guzmán casaram-se e selaram mais uma vez o compromisso de dedicar suas vidas à causa proletária. A cerimônia simples e sem muitos ornamentos foi realizada na casa dos pais, com poucas pessoas, e as fotos revelam ser um momento de grande alegria.
Em 1965 Augusta, que na ocasião denominava-se Bete, atuou no Comitê Regional de Ayacucho, sob direção do camarada “Álvaro” (Abimael Guzmán). Em janeiro de 1966, viajou à China, e participou nos estudos da Escola Político-militar de formação de quadros de Shangai, do Partido Comunista da China – PCCh, na seção para comunistas latino-americanos. Com um veterano da Longa Marcha aprendeu táticas de assaltos, movimento de colunas guerrilheiras e etc. Assim que retornou à China, escreveu múltiplos artigos para o órgão de imprensa do PCP, denominado Bandeira Vermelha, em suas edições 1,2,3,4,e 5 de Ayacucho, revelando sua capacidade política
e analítica.
Em 1967, Augusta se desloca para Cajamarca para realizar trabalho político, participou da formulação do programa agrário difundido na revista “ALLPA” impulsionou também a realização da I Convenção Regional de Camponeses de Ayacucho, desenvolvendo o trabalho com mulheres e escreveu para “Rimariyña Warmi”.
Em 1969 tiveram lugar os acontecimentos de Huanta, onde Augusta desenvolvia um importante trabalho. Em junho desse ano, o governo militar do general Velasco Alvarado promulgara o decreto n° 006 que atacava os benefícios da educação gratuita. Isto provocou um importante movimento de protestos, cuja direção foi exercida pela Frente de Defesa do Povo de Ayacucho, que havia surgido uns anos antes, precisamente para defender a Universidade ante os intentosgovernamentais de levar a cabo cortes orçamentários. A luta pela gratuidade do ensino, dirigida pelo PCP e o Presidente Gonzalo, alcançou na localidade de Huanta uma grande transcendência, incorporando-se nela os camponeses. A violenta repressão desatadapelo governo militar contra os camponeses, professores e estudantes, levou a prisão o próprio Presidente Gonzalo, mas não pôde derrotar o movimento e por fim o decreto governamental foi retirado.
Em 1970, ocorre a ruptura dentro do Partido Comunista do Peru e a fração vermelha, PCP- Bandeira Vermelha inicia o processo denominado Reconstituição do Partido Comunista do Peru.
De 1972 até 1975, Augusta desenvolveu sua atividade no Movimento de Camponeses Pobres, no Movimento de Operários e Trabalhadores Classistas, e no movimento estudantil através da FER. De 1974 a 1975, impulsionou a reconstituição do PCP e fundou o Movimento Feminino Popular ao nível nacional.
Augusta de La Torre entrou para a clandestinidade, juntamente com Presidente Gonzalo, em 1978. Iniciada a Guerra Popular em 1980, a camarada Norah, dirigiu algumas das primeiras ações armadas em Ayacucho, no sul dos Andes peruanos, e regiões próximas. Sob a direção do Presidente Gonzalo, como ela mesmo reconhecia afirmando “Aprender do Presidente Gonzalo” e ser “Soldado do Presidente Gonzalo”, a camarada Norah se forjou como grande dirigente do PCP e assumiu posição na direção central, como membro do Comitê Central e do Comitê Permanente, tomando parte ativa na organização dos primeiros comitês partidários, sob a liderança inconteste do Presidente Gonzalo.
A Camarada Norah, faleceu em 14 de novembro de 1988, durante a realização do 1º Congresso do PCP, que se realizou entre os anos de 1988 e 1989.
A primeira sessão realizou-se em 26 de janeiro de 1988 e o mais importante desse evento foi que ficou acordada a Base de Unidade Partidária (BUP), a base ideológica e política sobre a qual iria cimentar toda a estrutura orgânica. Neste evento participou a camarada Norah. De 26 de agosto a 16 de setembro de 1988, levaram a cabo a segunda sessão do 1º Congresso, onde se realiza o balanço de toda a guerra popular levada a cabo pelo PCP. Neste evento também participou a camarada Norah.
A camarada Norah faleceu em função de agravamento de problemas de saúde. Ela preferiu sacrificar a própria vida do que colocar em risco os demais camaradas da direção do Partido e por isso não quis sair ao exterior para tratar-se. Nas condições de
clandestinidade, recebeu as honras fúnebres do PCP, em uma casa de segurança. Em sua homenagem o Presidente Gonzalo mandou colocar 26 rosas vermelhas simbolizando seus 26 anos de militância comunista.
Foi enterrada clandestinamente, preservada do vilipendio das hienas da reação até os dias de hoje, mantido o segredo por aqueles que sob juramento de sangue nunca entregaram o precioso tesouro.
O Primeiro Congresso do PCP, em sua terceira sessão, realizada em 18 e 19 de junho de 1989, aprovou uma RESOLUÇÃO ESPECIAL na qual dedicou a mais alta condecoração e reconhecimento do Partido Comunista do Peru–PCP à camarada Norah. Reconhecida maior Heroína do Partido foi condecorada com a Ordem da Foice e do Martelo:
“Firme Marxista-Leninista-Maoista, Pensamento Gonzalo e antirrevisionista, fundadora da fração vermelha e grande dirigente histórica: exemplo de dar vida pelo Partido e a Revolução; Filha do povo, e do proletariado internacional.
Flamejante Bandeira vermelha desafiante contra o vento. A maior heroína do Partido e da revolução!”
Honra e glória eternas à camarada Norah!
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