Biografias

Rosa Chanina, heroína do povo soviético e máquina de matar nazistas.

Nascida em 3 de Abril de 1924, filha de uma leiteira e um carpinteiro que fora incapacitado por um ferimento recebido durante a Primeira Guerra Mundial, Rosa recebeu o nome da revolucionária marxista Rosa Luxemburgo. De família grande, onde Rosa era a única filha mulher, enfrentou problemas para se manter estudando, porém quando tinha quatorze anos fugiu de casa e, entre os estudos e reuniões políticas, rapidamente se tornou militante do movimento da juventude comunista, o Komsomol, em 1938.

Saindo de casa com pouco dinheiro e quase sem posses quando os institutos introduziram taxas de matrículas, Chanina conseguiu um emprego como professora do jardim de infância e se manteve estudando de noite e trabalhando durante o dia, onde desenvolveu uma relação de afeto com seus alunos e todos da escola em que trabalhava.

Chanina se ofereceu para o serviço militar após a morte de seu irmão em 1941 e optou por atuar na linha de frente. Elogiada por sua precisão de tiro durante os treinamentos em que se formou com honras, foi capaz de acertar com exatidão o inimigo e de fazer duplas (dois acertos de alvo por dois tiros disparados em rápida sucessão). Tornou-se, assim, uma franco atiradora soviética durante a Segunda Guerra, com 59 mortes confirmadas, incluindo 12 atiradores inimigos durante a Batalha de Vilnius, da qual participou ativamente na primeira frente de combate.

As façanhas de Chanina também foram relatadas na imprensa ocidental, particularmente em jornais canadenses, onde ela foi chamada de “o terror invisível da Prússia Oriental”. Ela não deu atenção especial ao renome conquistado e certa vez escreveu que fora superestimada. Em 16 de janeiro de 1945, Chanina escreveu em seu diário de combate: “O que eu realmente fiz? Não mais do que deveria como uma pessoa soviética, tendo se levantado para defender a pátria mãe.”.

O “terror invisível” longe de se vangloriar pelos seus feitos, era descrita sempre nos relatórios como alguém de caráter, com grandes capacidades, que valorizava a coragem das pessoas e a ausência de egoísmo era notável. O que também salta aos olhos é que quando atingiu o “Currículo matador” Rosa tinha apenas 19 anos, sendo recompensada com o título de Ordem de Glória de 3° e 2° ordem, concedida pela Bielorrússia por sua precisão e velocidade em batalha, tornando-se assim a primeira atiradora mulher da União Soviética a receber tal honraria em vida.

Formada desde muito jovem na literatura comunista em sua atividade no komsomol, tinha o costume de escrever em diários e certa vez contou uma história de quando “cerca de meia centena de fascistas frenéticos com gritos selvagens” atacaram uma trincheira que acomodava doze atiradoras, incluindo Chanina: “Alguns caíram de nossas balas certeiras, outros acabamos com nossas baionetas, granadas, pás e alguns nós fizemos prisioneiros, tendo os braços contidos.”.

A jovem sniper chegou a escrever que, após a guerra, se possível, gostaria de voltar a estudar literatura e quem sabe cuidar das crianças órfãs. Além de excelente atiradora Rosa estava sempre muito preocupada com todos de seu pelotão, o que a levou a morte no dia 27 de Janeiro de 1945, quando, ao avistar um camarada ferido, correu até ele para ajudar e foi atingida por tiro inimigo que fatalmente derrubou a franco atiradora.

Após sua morte houve ainda muitas honrarias, algumas ruas foram nomeadas em sua homenagem e a vila em que nasceu tem um museu dedicado a ela. A escola em que estudou entre 1931-1935 tem uma placa em homenagem aos seus feitos. Em Arcangel, onde fez a faculdade, existem competições de tiro e o Prêmio Roza Chanina.

Rosa Legorovna Chanina combateu com fervor revolucionário os inimigos de sua nação, deu exemplos de que as mulheres soviéticas eram capazes de combater em alto nível e mesmo muito jovem tinha clareza de que aquela era uma guerra justa contra a besta nazifascista, que buscou plantar uma guerra rápida e colheu derrotas atrás de derrotas. Rosa é uma entre tantos exemplos de heroísmo que os combatentes do exército vermelho deram.

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